segunda-feira, 28 de setembro de 2009





sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A BAÍA DE SEPETIBA PEDE SOCORRO!

Ciclo de Debates:


Pólo Industrial de Sepetiba: desenvolvimento para quem e para quê?


Ilha da Madeira – 19/09/2009
sábado 9:00 - 16:00h

Na Sede da APLIM


Sepetiba – 03/10/2009
sábado 9:00 - 16:00 h

No Centro Comunitário Santo Expedito


Pedra de Guaratiba 17/10/2009
sábado 9:00 - 16:00 h

No CIEP Heitor dos Prazeres


Seminário Regional:

Campo Grande 30 e 31/10
sexta à noite e sábado das 9 às 18h
Na Igreja Nossa Senhora do Desterro


 

Há muito tempo, a Baía de Sepetiba vem sendo destino de grandes indústrias que colocam em risco a saúde de sua população, comprometem a qualidade de vida dos moradores e destroem a natureza.O maior desastre: a contaminação das águas causada pelo derramamento de toneladas de metais pesados de propriedade da Ingá, ainda está vivo na memória e se faz sentir no dia-a-dia da maior parte dos moradores. Os danos e prejuízos causados jamais foram discutidos, punidos nem revertidos.
Nos últimos anos, a crise econômica e o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro acentuam no Brasil um modelo de desenvolvimento crescimentista e depredador e colocam a Baía de Sepetiba em xeque novamente. A construção de um enorme pólo industrial e portuário, com portos privados para escoamento de minério de ferro e a construção de estaleiros, usinas siderúrgicas e termelétricas, ameaça a vida e a natureza da região. Os governos apóiam e aceleram a instalação desses projetos com financiamento do BNDES, isenções fiscais e flexibilização das legislações ambientais e trabalhistas. Mas pouco se discute sobre os efeitos desses projetos sobre a população e a natureza da Baía de Sepetiba.Vários grupos, organizações e movimentos sociais, juntamente com moradores e pescadores da Baía de Sepetiba vêm discutindo os problemas que estes projetos trarão para região.
Em um seminário realizado em junho de 2008 intitulado "Pólo Siderúrgico de Sepetiba: Desenvolvimento para quê? Para quem?" fez-se um retrato da região e se discutiu os impactos deste modelo de desenvolvimento. Este ciclo será composto por três seminários locais (Ilha da Madeira, Itaguaí e Pedra de Guaratiba) e um seminário regional em Campo Grande a partir do acumulado destes três seminários locais. Partiremos de quatro perguntas:

- Qual o balanço de perdas e ganhos de tais projetos?
- Quem ganhará e quem perderá com eles? 
- Como ficará a vida na Baía de Sepetiba quando estes projetos estiverem sendo construídos?
- O que será da natureza da Baía de Sepetiba quando estes empreendimentos estiverem funcionando?



Informações:
Fone: 22102124
secretaria@pacs.org.br


Organização:
PACS, MST, Fé e Política/Sepetiba; AAPP; Apescari; APLIM; Núcleo Socialista de Campo Grande; Pastoral do Trabalhador (Zona Oeste); Fórum do Meio Ambiente do Trabalhador.

Apoio: Fundação Rosa Luxemburgo

A violência na Maré

NOTA PÚBLICA

Confrontos armados, participação de policiais em ações do tráfico e descaso de autoridades refletem uma política de segurança que desconsidera a vida do morador da favela.

Na madrugada do dia 30 de maio de 2009, um grupo de traficantes da Baixa do Sapateiro iniciou a tentativa de tomar os pontos de vendas de drogas controlados por outra facção criminosa em uma comunidade vizinha, a Vila dos Pinheiros. Oito escolas e cinco creches ficaram fechadas por mais de uma semana, deixando cerca de 10 mil alunos sem aula. Desde então, moradores do conjunto de favelas da Maré vivem uma rotina de extrema violência que é muito pouco divulgada nos meios de comunicação. As autoridades, por sua vez, permanecem com uma postura que é de descaso e, diante do apoio de agentes do Estado nas ações criminosas, também de conivência.

Os confrontos armados são diários. O movimento do comércio é constantemente interrompido e há diversos relatos de casas invadidas, quedas de luz, além de um altíssimo número de mortos e feridos. Nos primeiros quinze dias de conflitos na Maré, em junho, quando a imprensa chegou a dar algum espaço para a situação vivida pelas comunidades, 19 mortes foram noticiadas. No entanto, um levantamento entre moradores aponta para mais de 50 mortes desde o início dos confrontos, há quase quatro meses. Segundo F.S.C., moradora do Morro do Timbau, as pessoas têm medo de sair de suas casas: “Passei uma semana sem poder ver meus pais, que moram na Vila do João. Minha mãe já ficou vários dias sem sair para trabalhar e às vezes tem que voltar no meio do caminho, pois os tiroteios recomeçam e ela fica exposta".

Um dos mais graves relatos aponta que policiais teriam participado da invasão à Vila dos Pinheiros. Moradores afirmam que três veículos blindados da Polícia Militar – os chamados 'caveirões' – foram ‘alugados’ para traficantes de uma das facções envolvidas. Na Maré, esta é uma informação naturalizada. “Todo mundo aqui sabe disso. Várias pessoas viram”, afirma R.A., morador do Conjunto Esperança.

A denúncia do aluguel de caveirões chegou até as autoridades e foi noticiada por um grande jornal do Rio de Janeiro, mas não foi suficiente para iniciar um debate amplo sobre a situação de extrema violência na Maré e sobre a responsabilidade do governo. Pelo contrário: assim que a notícia veio a público, a Secretaria de Segurança se apressou em desqualificá-la, em contradição evidente com falas anteriores do secretário José Mariano Beltrame, que por diversas vezes já havia ressaltado a importância de denúncias anônimas para as investigações policiais. Nem mesmo o novo comandante da Polícia Militar, Mario Sergio Duarte, que já esteve à frente do 22º Batalhão, arriscou um pronunciamento responsável.

A reação da cúpula da segurança do estado - negando os fatos antes de investigá-los - reflete a tônica deste governo: descaso com os relatos dos moradores das comunidades pobres e acobertamento de ações criminosas praticadas pela corporação policial. O silêncio do governador Sérgio Cabral é, indiscutivelmente, um reflexo dessa indiferença com que os governantes tratam os bairros pobres do Rio de Janeiro, mas pode esconder também uma estratégia perversa: a do “quanto pior, melhor”. Depois de meses de ausência deliberada, não seria surpresa se o Estado aparecesse na Maré vendendo como “solução” a realização de mais uma mega-operação policial – como a do Complexo do Alemão, que em 2007 levou o terror às comunidades e resultou na chacina de 19 pessoas em apenas um dia.

Em menos de quatro meses, entre maio e agosto daquele ano, foram registrados pelo menos 44 mortos e 81 feridos durante as incursões policiais no Alemão. Escolas e creches também foram fechadas, e os moradores ficaram sem poder sair de casa. Constata-se objetivamente que o efeito prático das ações policiais violentas do atual governo do Rio de Janeiro é o mesmo dos tiroteios entre traficantes: o desrespeito à vida e à liberdade do povo das favelas.

No último dia 12 de julho, o jornal O Globo publicou a matéria “Covil do Tráfico”, em que a cúpula da segurança do estado, ao apontar o Alemão como reduto importante do tráfico de drogas, reconhece a completa ineficácia da ação de dois anos atrás. No entanto, as autoridades prometem repetir as mega-operações policiais, até mesmo como pré-requisito para a implantação de um modelo que vem sendo vendido como novo paradigma na política de segurança do Rio de Janeiro e que ganha contornos eleitoreiros: a chamada política “de pacificação”.

Ao contrário do que é pintado no discurso oficial, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não rompem com a lógica das políticas de segurança que vêm sendo implementadas seguidamente pelos últimos governos. São diversos os casos documentados de agressão física e de abuso de autoridade envolvendo agentes das UPPs. Além disso, com base em conceitos higienistas e de superioridade de classe, proíbe-se arbitrariamente certas formas de organização social e cultural construídas historicamente nas favelas. Ou seja, a atuação da polícia permanece estruturada em uma relação tensa de controle e confronto com a população negra e pobre, com a restrição de liberdades e a imposição de uma autoridade baseada na coerção de suas armas. De fato, as diversas formas de violência policial são consequência da secular orientação ao militarismo e à brutalidade dentro de comunidades pobres.

Nos últimos anos, o Estado vem seguidamente realizando ações policiais violentas e desastrosas na Maré. Foram muitos casos emblemáticos, mas apenas alguns poucos se tornaram públicos. Em dezembro de 2008, o pequeno Matheus Rodrigues, de oito anos, morreu na porta da casa de sua mãe quando saía de casa para comprar pão e foi atingido no rosto por um tiro de fuzil disparado por policiais. Menos de cinco meses depois, em abril deste ano, o jovem Felipe Correia, de 17 anos, conversava com amigos há cerca de dez metros da casa de sua família. Quatro policiais militares sem uniforme dispararam apenas um tiro de fuzil, que acertou a cabeça do rapaz. Os dois crimes envolvem policiais do 22º Batalhão, o mesmo que é acusado de alugar o caveirão.

Casos como esses trazem a certeza de que o caminho para o fim do sofrimento dos moradores não pode, sob nenhuma hipótese, passar por operações policiais violentas. No último domingo, dia 20, um ato contra a violência reuniu 600 pessoas e percorreu as comunidades da Maré afetadas diretamente com os confrontos dos últimos meses. A manifestação, não à toa, foi realizada no dia em que o menino Matheus e o jovem Felipe fariam aniversário.

As organizações abaixo-assinadas se somam em solidariedade ao povo da Maré e reafirmam, categoricamente, que não aceitam mais uma política de segurança que encare a favela como território inimigo e que obedeça a uma lógica de exclusão, em que se governa apenas para alguns e se reserva a outros a violência da repressão, do controle e, frequentemente, do extermínio.

JUSTIÇA GLOBAL

PARA ASSINAR ESSE MANIFESTO ENVIE UM EMAIL PARA manifestomare@gmail.com

Maré se une pelo fim da violência



Mais de 600 pessoas participaram nesta manhã de domingo (20/9), a partir das 8h, do ato Outra Maré é possível — Pela valorização da vida e o fim da violência. Moradores e militantes de organizações de Direitos Humanos, da igreja e entidades de dentro e de fora da comunidade organizaram o ato em reação à violência que tem provocado, sistematicamente, mortes na Maré, tanto em confrontos policiais como em conflitos entre traficantes de drogas.

Uma cerimônia religiosa deu início ao ato na Igreja São José Operário, na Vila dos Pinheiros, de onde os manifestantes partiram em caminhada pela Maré. O percurso incluiu as principais ruas das favelas Vila dos Pinheiros, Vila do João, Conjunto Esperança e Salsa e Merengue — que, há quatro meses, sofrem diretamente com a disputa de território entre facções rivais.

Com um carro de som e a percussão do bloco Se benze que dá, a caminhada — com bandeiras de vários países simbolizando a união dos povos — durou duas horas. No auto-falante, músicas religiosas se misturaram a palavras de ordem e a sambas, todos com letras de valorização da paz e da vida. Houve ainda atividades de arte para as crianças, que produziram faixas pedindo o fim da violência.

“É muito importante esse tipo de manifestação. Tinha que ter muito mais, uma vez por mês pelo menos seria bom, mas para mudar as coisas tinha que ter mais investimento em educação e saúde”, disse o vendedor Wesckley, de 27 anos, morador do Conjunto Esperança.

Buracos de balas nas paredes e cápsulas pelo chão eram os sinais concretos da violência observados durante todo o percurso. O último tiroteio ocorreu na tarde do sábado (19/9). Mas os conflitos se tornaram rotina diária a partir de maio, com dezenas de mortes, embora sem qualquer visibilidade pública ou posicionamento das autoridades. “A situação na Maré é dramática e a repercussão na sociedade é mínima. A grande mídia não reporta o que acontece. Tinham que estar aqui todos os deputados estaduais, federais e os vereadores, pois essa situação é de calamidade pública. O pobre não tem respeitado o seu direito à paz, tem que se mobilizar para conquistá-la”, disse o deputado federal Chico Alencar (PSOL).

Obs.: Esta reportagem é uma produção coletiva de comunicadores populares da Maré.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

GRITO DOS EXCLUÍDOS

VIDA EM PRIMEIRO LUGAR: A FORÇA DA TRANSFORMAÇÃO ESTÁ NA ORGANIZAÇÃO POPULAR!

O Grito dos Excluídos traz para as ruas a indignação dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o país. Pretendemos anunciar os sinais de esperança através da unidade, da organização e da luta popular, e denunciar todas as formas de injustiça em nosso país.

Neste momento, em que o capitalismo atravessa uma grave crise, os patrões e governos, com o apoio dos jornais e da televisão, tentam enganar o povo para explorar ainda mais os trabalhadores e as trabalhadoras.

O Governo Federal investe nos bancos e empresas o dinheiro público que deveria ir para a saúde, educação, moradia e Reforma Agrária. A crise serve como desculpa para demissões massivas, perda de direitos, redução de salários, destruição ainda maior da natureza. Avançando ainda mais à criminalização dos pobres e dos que lutam e resistem.

Sérgio Cabral e Eduardo Paes privatizam os serviços públicos e tratam o povo trabalhador como criminoso. Reprimem com violência os que trabalham como ambulantes e os moradores de rua, despejam famílias, derrubam suas casas e assassinam o povo pobre nas comunidades.

Todos juntostrabalhadores formais, informais, desempregados, aposentados, jovens, homens e mulheres - devemos lutar, não para resolver a crise dos patrões, mas para garantir uma vida digna. Os trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!

- Por emprego, salário, moradia, terra e direitos sociais.

- Pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

- Pela estatização do sistema financeiro, dos serviços urbanos e das empresas que exploram nossos recursos naturais. Petrobrás 100% Estatal e Pública, o Petróleo tem que ser nosso!

- Contra o repasse de recursos públicos para os capitalistas e transnacionais e contra o pagamento da dívida pública.

- Contra a criminalização dos pobres e dos movimentos sociais.

- Por saúde e educação pública de qualidade

- Contra a corrupção. Por uma Reforma Política que garanta participação popular nas decisões do País.

- Pela atualização dos índices de produtividade para o avanço da Reforma Agrária

“O POVO TEM A FORÇA, SÓ PRECISA DESCOBRIR”

(MC Kátia e Rasta)